domingo, 10 de outubro de 2010

Museu da Língua Portuguesa

Praça das Palavras

Lembro dos primeiros aprendizados. B, a, ba, baba, bebê, casa, sapo .... Sons tornaram-se letras, sílabas e por fim palavras. Sentado no colo de meu pai, na janela de um ônibus, enorme descoberta. Comecei a decifrar a grafia das palavras. E como papagaio, lia letreiros e perguntava a ele se estava correto:

- Far-má-cia, pa-da-ria, cine, xarope .....

Nesse encanto, segui na busca de gibis, revistas e livros. O mundo se abria à minha frente. As palavras me transportavam aos mais diversos lugares, estimulavam sentimentos e pensamentos. Na visita ao Museu da Língua Portuguesa, fui novamente aquele moleque. Maravilhando-me com as palavras.

A viagem começou pela apresentação de um audiovisual, em uma tela grande, sobre a origem da língua portuguesa no Brasil, narrado por Fernanda Montenegro. Depois, a Praça das Palavras. Um planetário, onde as palavras são as estrelas acima de um chão de versos e trechos literários, que se esparramam aos pés do público. Nas paredes e no teto, são projetadas imagens, textos, poemas e letras de músicas,  declamados por artistas, poetas e cantores. É momento de relembrar Monteiro Lobato com sua Emília, Vinícius de Moraes, Drummond, Guimarães Rosa e muitos outros. É hora de se emocionar com a musicalidade das palavras, com o sentido dos textos e com a doçura da língua.

Um corredor, com uma hipnotizante tela de mais de 100 metros de extensão, é um desfile de projeções sobre o uso da língua no dia-dia, nas festas, na música e por aí afora. Para os mais curiosos, a origem da língua está resgatada. Sua história é contada e as influências tupi-guarani, espanhola, árabe,inglesa, francesa, etc.

Tela gigante de projeção
É impossível resistir às brincadeiras do Beco das Palavras. Sob uma mesa de projeções, o visitante tem que mostrar habilidade em enlaçar sílabas  e formar palavras. O prêmio é aprender o significado e origem de cada uma delas.

Beco das Palavras

A exposição temporária do museu apresenta o poeta português Fernando Pessoa, até janeiro de 2011. Fotos, textos, reproduções e cabines com poemas de cada heterônimo, que a cada movimento do visitante se modificam. Grandes telas reproduzem as anotações na caligrafia do autor. O leitor manuseia como se fosse uma caderneta ou livro. A tecnologia permite virar páginas, contemplar a capa.

Exposição de Fernando Pessoa

A visita reúne o melhor da língua portuguesa com o melhor das tecnologias interativas de museus modernos. E melhor ainda, ingressos baratos e no sábado é “de grátis”. Metrô ao lado ou estacionamento fácil apesar dos guardadores.

Ao sair, faça uma rápida visitinha a Estação da Luz, é o mesmo prédio,  ou um demorado passeio no Parque da Luz ou na Pinacoteca do Estado, que ficam em frente.

No sábado de manhã é sempre mais tranquilo.Para quem é de fora e gosta de compras populares, fica ao lado do Bom Retiro e razoavelmente perto da Rua 25 de Março.

Pç. da Luz, s/nr. – Centro

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